Crise e Endividamento Empresarial: Recuperação Judicial Cresce 44% e Advogado Explica Caminhos para Evitar a Falência

(Créditos: Rmcarvalho de Getty Images/Canva Pro)
Em setembro de 2024, o Brasil registrou um aumento de 44,1% nos pedidos de recuperação judicial em relação ao mesmo mês do ano anterior, passando de 136 solicitações em 2023 para 196 em 2024, de acordo com dados da Serasa Experian. Esse crescimento expressivo evidencia o agravamento da crise enfrentada por empresas de diferentes setores, como serviços, comércio e indústria, impactadas pela inflação, juros elevados e dificuldades no acesso a crédito.
Para o advogado Luís Guilherme Lima, especialista em direito bancário do escritório Damas e Lima, o aumento anual reflete a pressão econômica sobre as empresas. “A alta de 44% nos pedidos de recuperação judicial não é por acaso. Muitas dessas empresas ainda sofrem as consequências da pandemia, com dívidas assumidas na época e dificuldades em manter o fluxo de caixa. Em setores como o automotivo, vemos um claro descompasso entre a projeção de demanda e a realidade econômica”, explica Lima.
A recuperação judicial, também conhecida como “gestão de passivos bancários,” surge como uma alternativa para evitar a falência e permitir uma reestruturação das dívidas. Lima aponta que o processo pode ser utilizado em diversas fases, desde empresas que interromperam pagamentos devido à falta de recursos até aquelas em negociação com gerentes de bancos. “Com a representação adequada, conseguimos contornar a etapa de negociação inicial e tratar diretamente com os setores financeiros responsáveis, agilizando a resolução da dívida e oferecendo um fôlego à empresa,” observa o advogado.
Lima destaca ainda que a recuperação judicial permite que as empresas continuem operando enquanto renegociam seus passivos, preservando empregos e mantendo-se ativas no mercado. “Esse aumento de 44% é um alerta sobre as dificuldades econômicas e a importância de estratégias de recuperação bem estruturadas. Para muitas empresas, a recuperação judicial não é apenas uma solução emergencial, mas uma oportunidade de recomeço para se reerguerem de forma sustentável,” conclui.

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